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Gleisi Hoffmann, segundo o senador Roberto Requião, numa piadinha de bastidores, é o único “macho” da bancada do PT no Senado. A piada é um tantinho machista, mas não deixa de ilustrar bem a postura que a senadora paranaense tem tido desde o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

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Você pode gostar da senadora paranaense ou odiá-la. E hoje muita gente parece tender para a segunda opção, já que depois de se eleger fácil em 2010, com mais de três milhões de votos, ela nem cogita tentar um novo mandato onde está: disputará um cargo na Câmara, onde precisa de menos de 10 por cento desses votos.

Mas é preciso admitir que, apesar de tudo, ela teve uma virtude: se manteve fiel quando o barco afundou. Muita gente que estava no PT por mera conveniência, enquanto Lula tinha mais de oitenta por cento de popularidade, pulou fora do barco. Na própria bancada paranaense, quando Dilma começou a naufragar, metade dos deputados debandou.

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Gleisi, acusada de envolvimento em irregularidades e respondendo a investigações na Lava Jato junto com o marido, o desaparecido Paulo Bernardo, ficou onde estava. Desceu de ministra a senadora. Pode descer a deputada – ou nem se eleger. Mas não mudou de lado.

Leia mais: “Qualquer condenação de Lula será um ataque à democracia”, diz Gleisi

Pode ser que isso seja uma falha, principalmente para os que acreditam na denúncia. Mas o fato é que Gleisi decidiu que compraria a briga. E, mais do que isso, talvez pela falta de outras opções (muita gente importante do PT acabou presa ou em outras situações igualmente desagradáveis), assumiu um papel de destaque. Acabou virando a capitã do partido em meio ao naufrágio.

A missão é ingrata. Além de muitas vezes defender o que para muita gente parece indefensável, Gleisi ficou na vitrine quando muita gente preferiu, na mesma situação, ficar embaixo da mesa ou em algum buraco no chão. E se atrapalhou, o que gerou inclusive pelo menos uma situação engraçada.

É improvável que isso renda à quase-ex-senadora qualquer fruto eleitoral daqui por diante. Entre os fanáticos petistas do Paraná (e ainda há espécimes por aí), ela nunca foi a favorita. Talvez ganhe alguma estrelinha desse pessoal, mas talvez isso não se transforme em votos. E, entre os outros, dificilmente alguém que não votava nela passará a votar agora.

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Gleisi parece em franca decadência eleitoral. Mas se manteve fiel escudeira de Lula até o fim. O que o futuro dirá disso? E o que dirá dos que mudaram de lado?

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