Com colaboração de Euclides Lucas Garcia:
O governo do Paraná decidiu tentar adiar a discussão sobre os reajustes do funcionalismo estadual. A ideia é enviar para a Assembleia Legislativa nos próximos dias um projeto que garanta uma reposição mínima para os servidores do Executivo, que até aqui estão sem previsão de reposição das perdas inflacionárias.
Na manhã desta segunda, a liderança do governo conversou com sindicalistas para tratar de um reajuste possível. Inicialmente, a ideia era pagar os 2,76% referentes à inflação dos últimos 12 meses, o que custaria R$ 530 milhões ao governo por ano. No entanto, agora o governo fala em repor uma parcela ainda menor das perdas.
Numa reunião marcada para a tarde desta segunda, o governo deve definir junto com a APP-Sindicato qual o índice mínimo aceitável para enviar a proposta à Assembleia. o discurso do governo é de que, somando também os R$ 230 milhões de progressões e promoções, não haveria dinheiro para pagar toda a defasagem.
O governo Cida Borghetti assumiu com uma defasagem de mais de 10% nos salários dos servidores do Executivo – uma categoria de 190 mil pessoas, sem considerar os inativos. Isso porque Beto Richa ficou dois anos sem pagar a reposição da inflação.
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A situação do governo fica mais delicada porque sua base, em tese, teria de aprovar reajustes para todos os outros servidores (do Judiciário, do Ministério Público, da Assembleia, do Tribunal de Contas) e negar a reposição aos funcionários do próprio governo.
Cida foi posta contra a parede por Ratinho Jr., líder de uma bancada estimada em pelo menos 15 deputados e adversário na disputa pelo governo. O deputado pressiona o governo a dar o reajuste: se Cida não oferecer nada, sairá como vilã, e Ratinho como quem pelo menos “tentou” dar o reajuste.
por outro lado, se oferecer o porcentual desejado pelos funcionários, a governadora pode ficar sem condições de fazer investimentos.
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