Numa mudança radical de estratégia, a bancada governista decidiu iniciar já nesta segunda-feira (9) os projetos que decidem os índices de reajuste do funcionalismo paranaense. A ideia parece ser tirar de uma vez o assunto da pauta e do noticiário.
O governo de Cida Borghetti (PP) sabe que tem grandes chances de perder a votação. O Executivo pretende aprovar apenas 1% de reposição salarial para seus funcionários, que amargam perdas inflacionárias de mais de 11% desde 2016. Sindicatos e oposição exigem pelo menos 2,76%, para cobrir as perdas dos últimos doze meses.
Os governistas chegaram a cogitar deixar a votação para depois do processo eleitoral, para evitar desgaste a 90 dias de sua tentativa de manter o cargo. Porém, decidiram que não adianta protelar mais. “Claro que pra nós seria muito melhor votar depois da eleição”, diz um deputado governista. “Mas não dá pra adiar mais. Então vamos ver o que dá”, afirma.
Leia mais: Paraná terá governador do interior pela primeira vez em trinta anos
A oposição sempre foi pequena nos sete anos de governo Beto Richa (PSDB). No entanto, com a aproximação da eleição, a bancada rachou. Os deputados ligados a Ratinho Jr. (PSD) passaram a votar contra sua adversária, Cida Borghetti. Somado a PT e PMDB, o grupo ameaça derrotar o governo.
Nesta segunda, deve ocorrer a primeira votação dos projetos, que decide sobre a constitucionalidade. Depois, o que se imagina é que a oposição apresente uma emenda para aumentar o índice de reajuste (considerada ilegal pelo governo). Isso força o tema a voltar à CCJ desta terça.
Enquanto isso, os deputados também devem aprovar reposição de 2,76% para os demais órgãos e poderes do funcionalismo (Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, Assembleia e Defensoria Pública). Alguns governistas dizem que votarão contra esse índice, por ser maior do que o Estado pode dar.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS