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A mudança de rumo vem depois de mais de um mês de desentendimento entre governo, professores e deputados. O governo insistiu até onde pôde no reajuste de 5%, afirmando que não tinha condições de oferecer mais. No meio do caminho, percebeu que não tinha apoio da base para votar a proposta – desgastados pela reforma da previdência, os deputados se recusaram a comprar a briga com o funcionalismo e exigiam a reposição da inflação.

Os cálculos mais frios do governo levaram o “lado técnico” do secretariado a dizer que Richa não devia oferecer qualquer reajuste. Com o tempo, e com uma greve que já chega a dois meses de duração, a parte política convenceu o governador a mudar de ideia. A conclusão foi de que não adianta preservar as finanças do estado a todo custo. Melhor adiar a recuperação fiscal e não comprar um problema enorme com deputados e professores.

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Tentando aliviar o clima, os governistas agora dizem que o reajuste parcelado em suaves prestações cabe nas depauperadas contas governamentais. E esperam, cruzando os dedos, que os sindicalistas aprovem o reajuste e ponham fim às greves o quanto antes.

A estimativa do governo é que os professores, sofrendo também pressão dos pais dos alunos, precisam de um pretexto para voltar à sala de aula. Os 8,17%, ainda que parcelados, oferecem uma saída honrosa para todos. Se o plano falhar, porém, será difícil arranjar novos caminhos para a negociação.

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