O prefeito eleito Rafael Greca se reúne nesta quinta com o governador Beto Richa entre outras coisas para tratar do problema do ônibus de Curitiba. Tem a promessa de Richa de que será retomada a reintegração. Mais do que isso: tem a promessa da volta do subsídio.
A reintegração a jato e a concessão de milhões (negados à gestão do desafeto Gustavo Fruet) causaram espanto nos últimos dias. Greca estaria recebendo de presente um tratamento diferenciado simplesmente por estar alinhado ao projeto político de Richa.
No entanto, nem sempre foi assim. Em 2012, quando ainda estava no PMDB, associado a Roberto Requião, Rafael Greca dizia que a culpa de o sistema de ônibus de Curitiba não ser mais o mesmo era do próprio Beto Richa.
Na época, ainda antes da desintegração financeira, Greca afirmava que foi a política de Beto de manter a tarifa abaixo do preço técnico que afunou o sistema de transporte. Em uma frase tipicamente sua, dizia que Richa “sacrificou no altar da ambição política a qualidade de vida da cidade”.
Veja o trecho:
O trecho consta de uma entrevista concedida por Greca à repórter Caroline Olinda, na pré-campanha de 2012. Greca acabaria aquela disputa em quarto lugar. Quatro anos depois, com o apoio de Richa, chegou lá.
Richa de fato manteve o preço da tarifa subdimensionado durante os anos de sua gestão. Com isso, as empresas de ônibus acumularam um crédito multimilionário que, em 2010, pôde ser usado para pagar a outorga da licitação do sistema de ônibus.
Isso permitiu que as empresas ganhassem um contrato de 15 anos sem enfrentar nenhuma concorrência: ninguém tinha condição de enfrentá-las nesses termos.
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