O governo do Paraná anunciou que irá aumentar a verba do Teatro Guaíra para 2014 em mais de 100%. Claro que se trata de uma boa notícia para a cultura. Mas os valores mostram o quanto o estado está distante de atingir um nível de excelência.
Em 2013, a verba do Guaíra foi de R$ 1,5 milhão. Isso inclui o dinheiro para manter uma orquestra sinfônica e os corpos estáveis de baile do teatro. No ano que vem, o dinheiro chegará a R$ 3,5 milhões. Um avanço considerável.
Com o acréscimo, a diretoria do Guaíra diz que os corpos estáveis poderão viajar mais para o interior do estado, por exemplo. Mas isso não significa que todos os problemas estarão resolvidos. Nem mesmo o tamanho da orquestra chegará ao ideal, nem o salário dos músicos e bailarinos será competitivo com o de grupos de melhor nível.
É claro que se trata de um exemplo completamente fora do padrão brasileiro. Mas a Osesp, uma sinfônica estatal igualzinha à paranaense, tem um orçamento anual de mais de R$ 80 milhões. Só para a orquestra.
Não à toa a Osesp se transformou no que é hoje, uma das melhores do mundo. Tem sala própria e adequada. Tem estrutura. Bons salários. Atrai profissionais do mundo todo para seus concursos. Tem um conselho competente.
O resultado é que a orquestra toca todas as semanas, várias vezes por semana. Estreia peças escritas especialmente escritas para ela pelos melhores compositores da atualidade, que vêm reger pessoalmente em São Paulo.
A orquestra grava discos todos os anos. De música mais conhecida até obras pouco divulgadas de compositores brasileiros. Viaja pelo país e pelo mundo.
É lógico que o país tem prioridades outras. Mas o editorial da Gazeta deste sábado resume bem o pensamento que poderia estar na cabeça dos nossos governantes.
“A sofreguidão com que a cultura vem sendo tratada nos subestima no que temos de mais caro. Não vai sair barato. Não se tem notícia de alguma cidade ou região que tenha se tornado rica, relevante, expressiva e avançada sem que tivesse garantido aos seus ouvir os acordes capaz de acordá-los para a humanidade que carregam.”
Assino embaixo.
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