Rafael Greca aproveita todas as oportunidades que tem para criticar, sem citar nomes, a “doutora promotora” que impediu a terceirização das unidades de pronto-atendimento da cidade. Diz que ela lhe atou as mãos e que atuou meramente com base em ideologia.
A crítica é ácida. Greca dá a entender que a promotora está atuando fora da lei, tentando fazer o papel de prefeito. “Se quiser, que concorra na eleição comigo e venha governar”, diz ele. Ou então, que deixe ele fazer o seu “ofício de prefeito” e o prenda depois, caso tenha feito algo de errado.
Trata-se de uma farsa. O prefeito tem mais de duas décadas de vida pública e já enfrentou o Ministério Público algumas vezes, inclusive na questão dos bingos, em Brasília. Sabe que a promotora tem dever de impedir aquilo que a lei considera ilegal.
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Curiosamente, Greca em nenhum momento mexe com o Judiciário. Fala como se a promotora tivesse caneteado por conta própria: fez a denúncia e julgou; cruzou e cabeceou para o gol. Não é assim. Mas da juíza que deu a decisão, o prefeito não fala. Por quê? Quer atacar só o lado mais fraco, claro.
O que o prefeito faz é uma guerra midiática em que não usa argumentos jurídicos, apenas apela à retórica emocional e demonizadora. Pode até ser que tenha razão. Mas tem que comprovar isso juridicamente, não atacando os outros com o peso de seu cargo.
Greca foi eleito prefeito. Quer ser rei. Quer ter o direito de fazer tudo sem que ninguém lhe atravesse o caminho. Passa por cima da Câmara. põe os vereadores num bunker para votar o que lhe interessa. Usa regime de urgência o tempo todo.
Quando é criticado, ataca duro. A imprensa? Barbudinhos perversos. Os sindicatos? Sereias que querem que o município bata no rochedo. O Ministério Público? Gente que quer governar sem eleição. No amor por si e pelo poder, Greca não admite contestação nem embargo.
O problema, para ele, é que monarquia já não há. E o prefeito, vejam só, é só o prefeito.
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