A morte de Luiz Gushiken no fim de semana que passou mostra mais uma vez os males que a lentidão da Justiça brasileira causa. Ele foi o segundo dos réus do mensalão a morrer durante o processo. Antes dele, o ex-deputado federal paranaense José Janene já havia morrido.
No caso de Gushiken, que acabou absolvido pelo Supremo Tribunal federal, quase que o julgamento veio tarde demais. Ele poderia ter morrido sem que nunca tivesse chegado a absolvição pelos crimes de que foi acusado. A diferença entre a sentença e a morte foi de poucos meses.
No caso de José Janene, ninguém jamais saberá qual seria o veredicto do STF sobre ele. Nos dois casos, a situação é ruim. Se fosse culpado, morreu sem punição. Se fosse inocente, morreu sem a absolvição merecida.
E isso que o julgamento do mensalão ainda acabou sendo mais rápido do que a maior parte dos processos por corrupção que correm por aí. Sem falar nos crimes comuns a que os políticos respondem. O deputado estadual Roberto Accioli, por exemplo, é réu confesso de homicídio num crime ocorrido há 14 anos. Ainda não foi julgado.
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