Há cinco anos, o Brasil tomou a corajosa decisão de banir aditivos no cigarro. Existem provas científicas de que esses aditivos, que dão sabor ao tabaco, ajudam a viciar, disfarçando o gosto do cigarro. As vítimas são principalmente os mais jovens.
No entanto, a resolução da Anvisa continua sem valer. Não chegou a ter efeito nem mesmo por um dia; a indústria do cigarro, que mata milhares de pessoas por ano, conseguiu matar também a regulação que salvaria essas vidas.
A resolução 14/2012 da Anvisa foi alvo de todo tipo de política rasteira da imndústria do cigarro. Para começar, tentaram adiar o quanto puderam a audiência pública siobre o tema.
Mandaram centenas de milhares de “contribuições” à resolução só para dificultar o atrabalho de seleção: na maioria, envelopes vazios ou com as mesmas propostas repetidas.
Como supostamente eram milhares de pessoas contribuindo (embora quase tudo viesse do mesmo endereço), exigiram que a audiência pública fosse adiada e transferida para um ginásio. A todas essas, a Anvisa manteve a calma.
Depois que a regulamentação finalmente passou, a indústria foi à Justiça e conseguiu uma liminar que há quatro anos impede a retirada dos cigarros com aditivos do mercado. Isso apesar de estudos provarem que esses aditivos são cancerígenos e de o país ter se comprometido internacionalmente a fazer algo sobre o tema.
Se os dados das campanhas antifumo estiverem certos, de 2012 até 2016, 1 milhão de pessoas podem ter morrido no Brasil em decorrência dos efeitos do cigarro. E sabe-se lá quantos jovens começaram a fumar cigarros com adição de açúcar, menta e outros sabores, sem saber o que lhes espera.
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