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O primeiro programa eleitoral na tevê mostrou o óbvio: o tempo ridiculamente curto a que foi reduzida a participação dos candidatos torna o programa cada vez mais irrelevante.

Mesmo os candidatos com maior tempo de tevê tiveram de passar uma mensagem rápida. Os menores, foram telegráficos. Dificilmente alguém conseguiu convencer o eleitor de alguma coisa.

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Com o pouco tempo, os candidatos preferiram se concentrar em uma única ideia. Veneri, de que é preciso combater os empresários de certos cartéis. Maria Victória, de que é preciso retomar a inovação.

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Fruet usou depoimentos a seu favor (Scalco, Osmar dias e a esposa), mas nem sequer falou. Requião Filho falou que quer ser candidato contra a violência de Richa, que não disputa nada.

Greca exibiu parte de seu emocional discurso na convenção, e Leprevost falou o quanto pôde, de maneira genérica, sobre os problemas da cidade.  Afonso Rangel só teve tempo de dizer: me procure na internet! E os outros dois, Xênia e Ademar, nem mandaram seus vídeos a tempo. Boicote?

Como apresentação, serviu de algo. Mas serviu principalmente para criar uma impressão geral no eleitor; mais do que nomes e rostos, ele deve ter ouvido o seguinte: seis candidatos dizendo que a cidade vai mal, e um dizendo que vai bem.

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No geral, com seis a um, o programa foi mais contrário a Fruet do que outra coisa. Mas, paradoxo: como terão pouco tempo para se expressar, quem tem o poder, em teoria, sai na frente.

Agora, como será quando os candidatos quiserem apresentar propostas mais complexas, para saúde, educação, transporte etc? Em um minuto? Em dois? Em menos?

Em outros países não há horário eleitoral gratuito, mas os candidatos podem, por exemplo, comprar tempo de tevê. Aqui, está-se matando o horário gratuito e o horário comprado continua proibido.

No tempo em que se vende um pote de margarina, querem que se explique toda a proposta para governar uma cidade de 1,8 milhão de habitantes e orçamento de quase R$ 9 bilhões. E os filmes viraram exatamente isso: comercial de margarina. Emoção, uma ideia. E fim.

Some-se a isso que não há mais showmícios, ninguém mais faz comícios e que os debates são o mais amarrados possível. Ninguém mais tem como ouvir os candidatos. Em breve, nesse ritmo, voltaremos à lei Falcão. Nome e rosto na tela e bico fechado. Só.

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Por sorte, ainda temos a internet e os jornais. Para a política, para o eleitor, foi o que restou.

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