As cenas de Osmar Bertoldi, cabeça raspada, camiseta branca, entrando no camburão da polícia ao sair do IML são devastadoras para qualquer carreira política. As imagens, capturadas pelo cinegrafista da Band, registram o exato momento em que as chances de Bertoldi continuar na política se encerraram.
São apenas 15 segundos. Ao sair do IML, Bertoldi está com o rosto desprotegido. Na entrada do IML, o criminalista Cláudio Dalledone, contratado para defendê-lo, cobriu o rosto do deputado com o paletó, segundo ele para proteger a imagem do cliente contra a “espetacularização”. Na saída, não pôde fazer o mesmo.
A acusação que pesa contra Bertoldi já seria grave o suficiente: a ex-noiva registrou queixa por agressão. Num país machista como o Brasil, nem mesmo o olho roxo da vítima, reproduzido nas redes sociais, seria garantia de que a carreira estava encerrada. Recentemente, um secretário carioca foi acusado do mesmo: a mulher voltou atrás e ele é visto como possível prefeito do Rio.
A prisão de Bertoldi complicava mais as coisas para ele politicamente. Antes disso, já tinha sido exonerado da Cohapar por Abelardo Lupion, correligionário do DEM. No partido, perdeu a presidência municipal e o posto na executiva estadual. Mas o DEM ainda parecia disposto a dar-lhe mais uma chance.
No entanto, a política eleitoral é feita de símbolos. E um deputado naturalmente gosta de ser visto não só como alguém impoluto, mas também como alguém que está no comando das situações, dando ordens – jamais sendo empurrado para dentro de um camburão.
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