Com as eleições da Câmara e do Senado, nesta semana, já temos a nova escalação do time da delação da Odebrecht no poder. Índio assume o Senado. Botafogo assume a Câmara. A interlocução no governo federal continua sendo com Primo. O líder de Temer deverá ser o Justiça. Caju, alijado do cargo, certamente ganhará uma recompensa.
Enquanto isso, Zezé Perrela, que teve o helicóptero da família pego com centenas de quilos de cocaína, foi eleito para a quarta-secretaria do Senado. Como a votação é secreta, não há como saber se teve ou não o apoio de Boca Mole e de Missa. Também não saberemos como foi o voto de Moleza.
Pode ser que a Lava Jato venha a pegar todos esses. Mas aparentemente o fornecimento de políticos envolvidos até o pescoço com as grandes empreiteiras não tem fim. Quando Eduardo Cunha caiu, pode ter dado a impressão de que a substituição traria uma lufada de ar fresco para a Câmara – basta olhar o resultado da eleição desta quinta para desanimar.
E isso é o que sabemos antes de se ter conhecimento da nova lista de apelidinhos carinhosos com que a iniciativa privada batizava os responsáveis por garantir seus contratos. Não há Lava Jato que chegue. Nem se pode viver em um país que vá trocando sua cúpula a cada par de meses conforme se vão descobrindo novos crimes.
A essa altura já deveria ter ficado bastante claro que é necessária alguma medida mais sistêmica. Uma reforma política, decerto. E nem é o caso agora de decidir qual, com quais regras: o que se precisava era tentar algo, antes que, daqui a dois anos, Moleza tome o lugar de Botafogo e Justiça volte ao trono que Índio acabou de lhe tomar.
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