A indústria do tabaco conseguiu uma vitória, pelo menos temporária, que volta a permitir o uso de aditivos nos cigarros em todo o Brasil. A Anvisa publicou resolução no ano passado proibindo os aditivos. O Brasil é membro da Convenção Quadro internacional que chegou à conclusão de que os aditivos são perigosos e até mesmo cancerígenos.
O caso está sendo discutido na Justiça. E o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região resolveu suspender a parte da Resolução 14/2012 que tratava dos aditivos. Há também uma ação da Confederação Nacional da Indústria correndo no Supremo Tribunal Federal. Ali, o pedido é mais radical: os defensores do tabaco querem mudar a lei que criou a Anvisa para que ela nunca mais possa proibir nada.
A disputa sobre os aditivos vem se arrastando há pelo menos dois anos. As autoridades sanitárias dizem que há provas claras de que adicionar produtos como cravo, açúcar e mentol aos cigarros tornam o ato de fumar mais perigoso. Além disso, seriam um modo de disfarçar o gosto ruim do cigarro, o que leva mais adolescentes a começar a fumar. Trata-se de uma batalha que vale 200 mil vidas por ano no Brasil.
Os que vivem do vício alheio dizem que não há provas tão cabais assim e usam argumentos econômicos para defender a continuidade dos aditivos. Dizem que milhares de famílias dependem da produção de cigarros. É verdade: mas como 88% da produção é exportada, apenas R$1 em cada R$ 8 está em jogo para o pequeno produtor. Para a grande indústria, a conta é diferente.
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