O ex-governador Beto Richa (PSDB) estaria cada vez mais descontente com o tratamento que vem recebendo da sucessora e suposta companheira de chapa Cida Borghetti (PP). Deputados próximos aos dois lados dizem que a própria aliança entre os dois poderia estar ameaçada.
Richa passou o governo para Cida Borghetti em abril, quando renunciou para ser candidato ao Senado. Desde lá, vem dizendo que sua “tendência natural” seria sair na mesma chapa dela – mas nunca afirmou isso com todas as letras, dizendo sempre que a decisão final seria do PSDB.
No entanto, na visão do grupo de Beto, Cida e seu marido, Ricardo Barros, não estariam jogando como parceiros e estariam preocupados unicamente com a reeleição para o governo, deixando os candidatos ao Senado por conta própria. Além disso, fizeram uma limpa nos aliados de Beto que haviam restado no governo.
Há uma série de atitudes de Cida nos três meses de governo que podem ter minado a relação entre os dois lados. Beto disse que não havia como dar reajuste para o funcionalismo. Cida disse que era possível, ainda que mínimo.
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Outra coisa: ao assumir, Cida deu a entender que estava começando uma luta contra a corrupção, e fez grande propaganda em cima disso – dando a entender que essa não era uma preocupação de Beto. Isso justo num momento em que Richa enfrenta uma série de acusações judiciais e denúncias na imprensa.
O problema de Beto, segundo um deputado, é que ele não tem muito para onde correr, embora se sinta maltratado principalmente por Ricardo Barros. “O Ratinho não tem exatamente estendido tapete vermelho para ele também”, afirma.
Outro parlamentar discorda. “Eu acho que o Ratinho quer o Beto na chapa sim. Ele só não aceita fazer coligação na proporcional porque o PSDB tira vaga do pessoal dele”, diz, insinuando que as conversas entre os dois lados estão abertas.
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