O secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, vem dizendo repetidas vezes que o estado não pode ficar sem condições de investir. Ou, na frase dele, é preciso que os governos não virem “meros gestores de recursos humanos”.
A frase tem a ver com o contexto paranaense – devido a um enorme gasto feito nos últimos anos, principalmente com pessoal, mal conseguia cobrir a própria folha de pagamentos. Investimentos? Todos foram deixados de lado, por um momento, inclusive com obras parando.
O secretário tem razão: investir é uma das obrigações do estado. No entanto, embora os gastos com pessoal sejam altos, não seria certo minimizar os efeitos positivos de uma despesa, desde que bem feita, com funcionalismo.
O risco do discurso de contenção de gastos com funcionalismo em nome do investimento é de que se acabe deixando de perceber o quanto certas áreas fundamentais sofrem quando se tenta fazer ajuste com base nesse princípio.
É o que os deputados estaduais fizeram na área de educação nessa semana, quando retiraram do Plano Estadual de Educação a obrigação de se investir 30% das verbas tributárias em educação.
Ok: a grana é curta, o estado precisa investir. Mas se há um “investimento” de longo prazo que o Estado precisa fazer é em educação. Até porque, ter cidadãos educados, bem preparados e em condições de inovar, de empreender, de trabalhar em empregos qualificados, tudo isso é que leva ao desenvolvimento.
É lógico que abrir estradas é bom. Mas foi-se o tempo em que se podia dizer que governar se resumia a isso. Governar, hoje, tem muito mais a ver com pagar bem a professores para dar uma educação melhor aos cidadãos.
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