O ex-governador Requião está colocando uma mensagem atrás da outra em seu Twitter (a versão modesta que lhe restou da Escolinha) falando sobre a pendenga do governo com o Itaú. Dá a entender que é a questão central do estado.
Veja algumas das mensagens:
– Na questão do Itaú só temos os fracos,os tíbios e os comprometidos até o pescoço com a patifaria. Partidos avestruz, escondendo a cabeça.
– Ainda não vi nenhuma declaração do Beto Richa sobre a questão crucial do ITAÚ.
Qualquer aliança política no Paraná tem que passar pela solução do problema do ITAÚ. Afinal por quem sois?
Requião é esperto. Primeiro, pode dizer que tentou resolver a parada com o Itaú mas não conseguiu por culpa alheia. Agora que está fora do governo, então, pode falar o quanto quiser sem ter de fazer nada.
Depois, com isso, consegue colocar problema para vários dos principais candidatos ao governo do estado e ao Senado neste ano.
Isso porque, segundo os dados do TSE, Beto Richa, Osmar Dias e Gleisi Hoffmann receberam apoio do Itaú erm suas últimas campanhas. Não só apoio moral: financeiro também.
Osmar Dias foi o que mais levou. Em 2006, em sua campanha contra Requião para o governo do estado, recebeu R$ 600 mil do banco.
Beto Richa, na campanha para a prefeitura de Curitiba, registrou R$ 100 mil em doações do Itaú.
Gleisi recebeu a soma mais modesta: foram R$ 50 mil dos Setúbal.
Com isso, Requião diz que ele é o único rei da cocada preta por aqui. Só ele enfrenta os bancões. O resto, essa é a mensagem que ele parece querer passar, todos têm alguma relação com o bancão. “Rabo preso”, como diria o ex-governador twitteiro.
Que farão os candidatos? Aceitarão a provocação e dirão que vão enfrentar o Itaú, mesmo tendo levado contribuições polpudas? Evitarão contato com o banco e perderão dinheiro de campanha.
Requião pode ser muita coisa. Bobo, porém, é que ele não é. Vejamos o que vem a seguir.