Uma sessão de cusparadas no plenário da Câmara durante a votação do impeachment de Dilma poderia, em tese, levar à cassação de dois deputados. Jean Wyllys (PSol-RJ) cuspiu em Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Logo em seguida, mostra um vídeo divulgado na internet, o filho de Bolsonaro, deputado por São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSC), cospe em Jean Wyllys.
Em tese, isso configura quebra de decoro. Uma representação ao Conselho de Ética leva a um julgamento do deputado, que no limite pode perder o mandato. Eduardo Bolsonaro, em vídeo divulgado em seu Facebook (antes do vazamento das imagens que mostram sua reação na hora) disse que iria entrar com uma representação contra Wyllys. Ele acusa o deputado, ainda, de ter “premeditado” o cuspe.
Bolsonaro pai também disse em entrevista para a Record que pensava em representar contra Jean Wyllys. O deputado, que combate direitos dos homossexuais mas nega ser homofóbico, é acusado de em várias ocasiões chamar Jean Wyllys, único gay assumido do Congresso, de “baitola” e “queima-rosca”, entre outras coisas.
No Facebook, Jean Wyllys diz que reagiu porque Bolsonaro o provocou e o teria segurado. As imagens não mostram isso. O deputado disse ainda que, se fosse o caso, cuspiria de novo. Curiosamente, os dois erraram o alvo. Bolsonaro disse que, além dele, dois outros deputados foram atingidos (um deles, Luiz Carlos Heinze, ruralista gaúcho do PP, teria sido o mais afetado). Eduardo Bolsonaro parece ter acertado Leonardo Picciani, líder do PMDB.
Como os dois erraram, os mais provável é que o caso fique sem representação alguma e ambos sigam com o mandato. Mas Jair Bolsonaro ainda pode responder por outro ponto. Um abaixo-assinado na internet pede que ele seja processado no Conselho de Ética por homenagear, durante a votação, o coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, o que também configuraria quebra de decoro parlamentar.
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