Quem fosse pego meio desavisado poderia achar, vendo o debate entre João Arruda (MDB) e Dr. Rosinha (PT), na Gazeta do Povo, nesta terça-feira, que os dois eram integrantes de uma mesma chapa. Em alguns momentos, pareciam que os dois estavam fazendo um jogral para apresentar as mesmas propostas – e principalmente para criticar as mesmas pessoas.
A situação foi bem diferente do que se viu na Band, menos de uma semana atrás. Na ocasião, Rosinha foi duro – quase ríspido – com João Arruda. O emedebista nem-tão-velho de guerra chegou a pedir arrego, dizendo que daquele jeito Rosinha só ajudava a eleger um candidato da base de Beto Richa (PSDB).
Na Internet, a pancadaria continuou. Rosinha chegou a publicar um videozinho curto em que a foto de Arruda se reveza com a de Michel Temer. A legenda diz que os dois são “farinha do mesmo saco”. (O que levou o MDB a entrar na Justiça contra o petista, inclusive, ainda sem resultado conhecido.)
Mas no debate um contra um, parecia se tratar de dois velhos amigos que tinham um propósito comum. Não chega a ser exatamente um Ribentropp-Molótov, até devido à proporção das forças envolvidas. Mas em todo caso, o objetivo é o mesmo: um pacto de não-agressão enquanto isso for útil para as duas partes.
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E o interesse comum é denunciar Ratinho Jr. (PSD) e Cida Borghetti (PP) como continuísmos de Richa – que, para os dois, é o exemplo máximo de mau governo. As críticas ao trio foram a maior constante do debate.
Arruda começou dizendo que “todo mundo sabe que o Beto Richa é preguiçoso”, que “não gosta de governar”, e que o governador de fato seria o próprio Ratinho. A partir daí, qualquer menção aos últimos oito anos eram definida como “o governo do Beto, do Ratinho e da vice”.
Rosinha foi na mesma toada. Disse que sua primeira proposta para a educação é “não bater em professor”. Execrou todas as política de Beto, dizendo que ninguém é capaz de se lembrar de um programa sequer do governador que tenha melhorado a vida das pessoas.
O clima foi tão amistoso que nem quando Arruda citou Sergio Moro, inimigo número um da espécie, na visão dos petistas, Rosinha perdeu a calma. Os dois seguiram firmes, fortes e abraçados – sabe-se lá rumo a qual destino.
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