O novo presidente da Câmara de Curitiba, João Cordeiro (PSDB), precisou de 45 dias no cargo e de duas semanas de denúncias pesadas para decidir cortar a verba de publicidade destinada à promoção pessoal dos vereadores.
Sim, porque existem duas publicidades pagas com dinheiro público. Uma delas é quando anunciam-se editais, licitações, decisões, ou quando se avisa a população de uma campanha de vacinação, por exemplo. Essa é necessária. Tem de ser feita.
A outra é aquela publicidade malandra com que a Câmara vinha gastando milhões ao longo dos anos. É a publicidade que serve para informar que o vereador Fulaninho conseguiu asfalto para o bairro e que o outro fez um discurso em nome da moral e dos bons costumes.
É essa verba que permite chunchos como a destinação do dinheiro para compra de programas radiofônicos por vereadores. Essa é a verba do bolsa-reeleição pela qual João Cláudio Derosso (PSDB) está sendo investigado.
Cordeiro poderia ter decidido tudo no primeiro dia. Fez só depois que a água bateu no pescoço e até mesmo um funcionário seu foi se beneficiando com o dinheiro.
Quem quer transparência e bom uso do dinheiro não fica esperando a imprensa descobrir as coisas para fazer algo. Está na hora de a Câmara tomar a frente do processo, e não de continuar andando a reboque de denúncias cada vez mais graves.
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