João Arruda (MDB) jura que não quer transformar Joel Malucelli (Podemos), preso nesta sexta-feira, em seu “sogro distante”. Mas não há como negar que tentou criar um certo distanciamento – afinal, é de fato incômodo ter um parente indo para a cadeia por corrupção quando você é candidato ao governo do estado.
O discurso de Arruda é de que o parentesco é um acaso: Joel calha de ser pai de sua esposa. Mas nem ela nem ele têm participação no comando das empresas. E, portanto, ele não tem nada com qualquer coisa que tenha acontecido de errado no conglomerado.
Meia verdade.
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Desde sua primeira eleição para a Câmara dos Deputados, Arruda foi bancado pelo sogro. Sem o seu financiamento, sequer teria chegado ao Congresso Nacional. Por consequência, não seria hoje candidato a governador do Paraná.
Vejamos: em 2010, quando foi candidato pela primeira vez, Arruda declarou à Justiça Eleitoral ter gasto R$ 1,08 milhão para conseguir seus votos. Desse total, mais de 90% vieram do grupo J. Malucelli ou do bolso de Joel e de sua filha, Paola. A família e as empresas investiram R$ 946,7 mil para botar Arruda no Congresso.
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Em 2014, a proporção baixou. A campanha de reeleição, segundo os números oficiais, saiu por R$ 1,68 milhão. Desse total, pouco mais de um terço veio dos Malucelli (com fatia considerável das empresas de Joel). Foram R$ 573 mil do sogro, das empresas e da esposa.
A proximidade é lícita: sogro, genro e esposa têm todo o direito de se apoiarem. Mas o apoio tem que vir, como diz a liturgia do casamento católico, nas horas boas e nas horas ruins. Na saúde e na doença. Na pobreza e na riqueza. No financiamento de campanha e na prisão pelo Gaeco.
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