“Estou perplexo”, disse Joesley Batista em fevereiro deste ano quando questionado em uma entrevista à Folha de S.Paulo sobre os casos de corrupção investigados pela Lava Jato. O dono da JBS, dizia que “corrupção é um câncer para a economia”. Hoje ele é o responsável pela maior reviravolta do governo Temer, ao assumir justamente que comprou influência na base da propina e fazer uma delação premiada para se salvar.
Na mesma entrevista, o maior doador da campanha presidencial de 2014 (oficialmente R$5 milhões para Dilma, R$5 milhões para Aécio e R$1 milhão para Eduardo Campos), disse que fazia tudo oficialmente e só doava para participar do processo político e “porque era permitido”. Com as investigações da Lava Jato e das operações paralelas o nome da JBS surgiu algumas vezes em delações premiadas e a empresa foi alvo de investigação em algumas operações, como a Greenfield, Cui Bono? e Carne Fraca.
Mudanças
Mas o que mudou em três meses? Da perplexidade em “descobrir” o país afundado em esquemas de corrupção, a se tornar o protagonista do maior escândalo da atual gestão, Joesley comprou sem pudor algum o poder de interferir no governo. Porque lhe foi permitido.
Imagine a burocracia para comprar um imóvel, agora imagine quantas operações seriam necessárias para poder influenciar políticos, órgãos governamentais e ter a liberação do próprio presidente para conseguir favorecer seus negócios. Esse tipo de compra não é feita em apenas três meses. Mas delações premiadas podem ser fechadas em tempo recorde, como ocorreu com Joesley Batista, que três meses atrás disse que jamais faria uma.
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