Não deixa de ser curioso. Ao mesmo tempo em que se discute no Congresso (e no país todo) a redução da maioridade penal, há uma votação na Assembleia Legislativa para proibir adolescentes de fazer tatuagens.
Na Assembleia, a proibição à tatuagem ganhou com 36 votos a sete. O argumento é de que essa é uma marca permanente, e que o adolescente pode sofrer as consequências pelo resto da vida. Ele não seria maduro o suficiente para decidir.
Mais curioso. Aparentemente, os deputados mais conservadores foram responsáveis não só por apresentar a proposta (ela partiu do Pastor Gilson de Souza, do PSC), como por boa parte dos votos pela proibição.
Chega-se à seguinte conclusão: parece haver quem pense que o menino de 16 anos é novo demais para fazer uma tatuagem, mesmo que autorizado pelos pais. Mas não é novo demais para ir para um cadeião cheio de homicidas.
É claro que são situações diferentes. Mas se estamos tentando zelar pelo futuro dos adolescentes, evitando que atos impensados da juventude os marquem para sempre, parece que, no mínimo, há uma contradição.
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