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Juiz dos “ternos de Miami” cotado para ser secretário de Educação de Alckmin
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A crise na educação em São Paulo levou o governador Geraldo Alckmin a trocar o comando da área. Curiosamente, o nome mais cotado, segundo os jornais, para assumir a função não é nem um educador e nem um político, mas um juiz.

José Renato Nalini, desembargador, é atualmente o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. E é visto como o nome mais forte dentre os que estão sendo analisados para “pacificar” a educação paulista depois do anúncio de que o governo iria “reorganizar” o sistema, o que incluía o fechamento de 91 escolas.

A população se revoltou, os alunos ocuparam as escolas e entraram e houve cenas explícitas de violência da parte da polícia. Nalini seria visto como um sujeito capaz de apaziguar as coisas, e teria apoio nisso de Gabriel Chalita, ex-secretário de Fernando Haddad.

Nalini ficou famoso no ano passado em todo o país devido a uma declaração que deu sobre o auxílio-moradia dos juízes. Depois de o benefício de R$ 4,5 mil ter sido concedido a todos os magistrados do país (independente de precisar comprovar que o dinheiro foi gasto com moradia), Nalini deu uma entrevista explicando os motivos do benefício.

Na entrevista, Nalini disse que os juízes precisavam do dinheiro extra porque não dava para ir a Miami toda hora para comprar terno. Veja os principais trechos do que ele disse à época:

“Esse auxílio-moradia na verdade disfarça um aumento do subsídio que está defasado há muito tempo. Hoje, aparentemente o juiz brasileiro ganha bem, mas ele tem 27% de desconto de Imposto de Renda, ele tem que pagar plano de saúde, ele tem que comprar terno, não dá para ir toda hora a Miami comprar terno, que cada dia da semana ele tem que usar um terno diferente, ele tem que usar uma camisa razoável, um sapato decente, ele tem que ter um carro.

Espera-se que a Justiça, que personifica uma expressão da soberania, tem que estar apresentável. E há muito tempo não há o reajuste do subsídio. Então o auxílio-moradia foi um disfarce para aumentar um pouquinho. E até para fazer com que o juiz fique um pouquinho mais animado, não tenha tanta depressão, tanta síndrome de pânico, tanto AVC etc

Então a população tem que entender isso. No momento que a população perceber o quanto o juiz trabalha, eles vão ver que não é a remuneração do juiz que vai fazer falta. Se a Justiça funcionar, vale a pena pagar bem o juiz.”

Colaborou Euclides Lucas Garcia.

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