Os dois juízes mais importantes para a Lava Jato a partir de agora têm uma coisa em comum: Sergio Moro e Luiz Edson Fachin, escolhido nesta quinta para relatar o caso no STF, foram colegas por nove anos como professores do curso de Direito da Universidade Federal do Paraná.
Quando Moro passou no concurso para dar aulas na UFPR, em 2007, Fachin já estava lá havia tempo. E embora tenham tido quase uma década de convivência eram, como diria Machado de Assis, conhecidos “de vista e de chapéu”.
“O Fachin sempre foi um ‘gentleman’ com todo mundo. Nesse sentido, creio que eles tinham relações cordiais”, diz um professor do curso.
“O Moro sempre foi mais reservado. Entrava, dava as aulas e ia embora, dificilmente ficava na sala dos professores nunca foi de socializar”, diz uma professora que conviveu com os dois. “O Fachin é o oposto, um homem de uma habilidade diplomática invejável”, afirma.
Embora hoje Sergio Moro seja um herói para muitos alunos do curso (há uma disputa gigante a cada vez que abre uma vaga para estagiário de Direito na 13.ª Vara Federal), Fachin antes da Lava Jato sempre foi mais bem quisto entre os alunos e professores.
Bonachão, tranquilo, sociável, foi eleito diretor do setor e coordenou o programa de pós-graduação do Direito da UFPR. Moro dá aulas apenas na graduação – atualmente, está afastado para se dedicar integralmente à Lava Jato.
Essa é apontada como outra diferença entre o estilo dos dois. Fachin é visto como academicamente mais sólido. “Não tem nem comparação. O Fachin é de uma sofisticação muito maior”, diz uma professora.
Apesar de serem vistos como tendo tendências diferentes, os dois são vistos pelos colegas de Federal como igualmente comprometidos com seu trabalho e como juízes sérios.
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