Lula sempre gostou de fazer metáforas com futebol para explicar a política. No caso do julgamento do caso do tríplex, talvez uma comparação com o futebol venha bem ao caso. Até para a gente entender, em parte, por que esse tipo de caso sempre irá causar polêmica.
Em futebol, nada é mais difícil para um juiz do que marcar um pênalti. Quem fica em casa, vendo dez repetições na televisão, sempre contesta o juiz, principalmente se a decisão for contra seu time. Mas, mesmo com vídeo, é difícil saber às vezes, a não ser quando o pênalti é escandaloso.
No caso de Lula, o pênalti, se houve, não foi escandaloso. Foi daqueles que cada um vê de um jeito. Um acha que o sujeito tentou ir primeiro na bola. Outro, que o sujeito esqueceu a bola e foi por cima para pegar direto na canela.
Mas é pior ainda. Porque crime de corrupção nunca é feito diante das câmeras. Nunca tem vídeo para ficar voltando e vendo em detalhes, aproximar com zoom, aplicar o tira-teima. E os juízes (assim como os torcedores) precisam decidir com base no que conseguem reconstruir.
Os defensores de Lula dizem que é um absurdo condenar o ex-presidente sem provas cabais – sem o VT. Mas, por outro lado, há quem diga que, se for esperar ter uma câmera registrando o momento em que o figurão manda enfiar a mão no jarro, esse tipo de crime ficará eternamente impune.
Sem acesso ao vídeo, Sergio Moro (e, aparentemente, seus colegas no TRF4), ouviram quem viu o jogo e delatou a intenção de Lula. E juntaram o que foi possível de indícios. É suficiente? Difícil dizer. No mínimo, sempre há margem para dúvida.
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