O deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) apareceu no noticiário nos últimos dias duas vezes devido a ações judiciais. Nas duas vezes, o caso tinha a ver com dinheiro. Na primeira ação, a juíza da 1.ª Vara Cível de Cascavel negou ao deputado um pedido de justiça gratuita. O caso chamou a atenção porque Kaefer é um empresário bem sucedido que declarou à Justiça Eleitoral neste ano um patrimônio de R$ 108 milhões.
Logo em seguida, a justiça determinou que 30% do salário mensal de Kaefer como deputado sejam retidos para pagamento de uma dívida de uma de suas empresas. (O frigorífico Diplomata, joia da coroa do patrimônio de Kaefer, passa por recuperação judicial, e outras empresas do grupo também têm problemas.)
Veja abaixo o que o deputado tem a dizer sobre o assunto:
O sr. disse que foi o seu advogado que pediu justiça gratuita?
O advogado pediu porque havia uma duplicidade de execução, em nome de pessoa jurídica e de pessoa física. Ele inocentemente, sem nenhuma pretensão, pediu a gratuidade de boa fé. Acho que a juíza queria o minuto da fama dela e foi para a imprensa antes de comunicar o advogado da decisão dela. Eu estava em Brasília e ela tratou como se eu estivesse na frente dela peticionando isso. Não havia nenhuma razão para isso.
O sr. pretende tomar alguma medida, processá-la por danos morais, por exemplo?
Não sei o que vou fazer, estou avaliando. Ela podia ter usado simplesmente o ofício dela, avaliando. Mas deu o documento para a imprensa antes de o advogadpo ter sido citado. Foi de um desrespeito total comigo. Se não quisesse respeitar a figura envolvida no processo, poderia ter respeitado o Alfredo Kaefer como deputado federal. Mas acho que ela quis dar uma de Sérgio Moro.
E quanto ao confisco de seu salário?
Isso é uma coisa que não cabe, porque eu uso o salário para o meu provento. É como o teu salário. Eu tenho o patrimônio, mas patrimônio não tem liquidez, não é o mesmo que renda. Parece que tiraram para me tripudiar. Mas, tudo bem. Isso é que nem o marinheirpo que vai para o mar e reclama da brisa forte. Se for assim, você não pode vir para o mar.