Se você entrar em um biarticulado desses vermelhos em Curitiba, tem 21% de chance de estar usando um ônibus com vida útil vencida. Pelo contrato com a prefeitura, as empresas deveriam renovar a frota a cada dez anos. Ou seja: nenhum ônibus deveria continuar rodando após esse período – mas não é o que acontece.
Em resposta oficial ao vereador Bruno Pessuti (PSC), a Urbs disse que há 25 expressos biarticulados vermelhos com mais de 10 anos de uso ainda sendo usados pelas empresas. Com isso, claro, elas gastam menos e aumentam seu lucro, já que rodam com uma “lata velha” ao invés de comprar ônibus novos.
Os biarticulados não são o único problema. São 121 ônibus dentro de Curitiba com a vida útil vencida. O maior problema está no Consórcio Pioneiro, que tem 90 de seus 562 ônibus fora do prazo contratual. São 16% de ônibus velhinhos rodando. A idade média no consórcio é de 7,46 anos.
O mais curioso é que as empresas recebem uma taxa da Urbs exatamente para cobrir a depreciação dos veículos: ou seja, elas estão recebendo valores especificamente para não deixar que isso aconteça. Então seria preciso ou parar de fazer esse repasse enquanto elas não renovarem a frota ou cobrar que comprem os ônibus.
Deixando mais claro: parte dos R$ 3,30 que são cobrados hoje do usuário têm como justificativa o fato de que esse dinheiro é preciso para renovar a frota. Mas se não estão comprando os ônibus, afinal, não é justo que as empresas cobrem do usuário por isso. Ou estaremos pagando por ônibus novos para andar em latas velhas
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