A terra da Lava Jato já teve mais de um político denunciando que o caixa 2 é uma prática absolutamente comum e quase obrigatória na política. Duas ocasiões ficaram famosas. A primeira em 2002, durante um debate eleitoral; a segunda em 2010, numa sessão da Assembleia Legislativa.
Em 2002, o “delator” do caixa 2 generalizado foi o pouco conhecido Severino Araújo, eterno presidente do PSB. Num debate com Alvaro Dias, Roberto Requião,. Beto Richa e Rubens Bueno, entre outros, Severino foi questionado sobre um caixa 2 que ele teria administrado em 1985.
“Caixa 2 sempre existiu, existe e sempre vai existir. E se fizerem financiamento público só vai piorar”, disse. Claro que vários candidatos presentes pediram direito de resposta em seguida para falar que não participavam daquilo.
Em entrevista ao blog por telefone, Araújo diz não acreditar que a Lava Jato vá mudar o que ele já pensava sobre o financiamento oculto de campanha. “O caixa 2 é como o jogo do bicho, é cultural. Não que eu esteja defendendo. Mas não vai ser um a investigação que vai mudar isso. Só a lei mudaria, pondo algo no lugar. Mas com esse Congresso? Não vai ter lei nenhuma”, diz.
Quem quiser ver a declaração famosa de Severino pode assistir aqui, a partir de um minuto e 35 segundos.
Jocelito
O segundo “supersincero” foi o então deputado estadual Jocelito Canto, ex-prefeito de Ponta Grossa. Em 2010, depois do escândalo dos Diários Secretos, ele disse em uma sessão da CCJ que todo mundo na política já fez caixa 2. E provocou os colegas.
“Vamos ser honestos. Quem aqui nunca fez caixa 2? Não estamos passando a política a limpo? Vamos ser honestos”, disse. Evidente que todos os colegas negaram que usassem da prática.
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