A Lava Jato monitorou durante 30 dias os telefones de 25 advogados do escritório que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia foi publicada pelo site Conjur, especializado em assuntos jurídicos. Grampear telefones de advogados pode ser visto como uma quebra da confidencialidade que há com seu cliente.
O pedido de escuta dos telefones foi autorizado por Sergio Moro. No entanto, o erro estava no pedido feito pela força-tarefa, que apontou os telefones como sendo da empresa LILS, do presidente Lula. Os promotores admitiram o erro, mas disseram que houve boa fé: teriam encontrado os telefones em um site como sendo vinculados à empresa e incluído na petição acreditando se tratar realmente da LILS.
Os procuradores afirmam ter usado como fonte o site FoneEmpresas. “Uma busca pelo número de telefone no Google, no entanto, já traz em seus primeiros resultados o escritório de advocacia”, diz a reportagem do ConJur. Sete dias depois, os procuradores pediram a inclusão do telefone do advogado Roberto Teixeira na escuta, dessa vez conscientemente. “Não identifiquei com clareza relação cliente/advogado a ser preservada entre o ex-presidente e referida pessoa [Roberto Teixeira]”, diz Moro, em seu despacho, ao autorizar o grampo.
Em nota ao ConJur, os procuradores da Lava Jato se defenderam, afirmando que o erro foi de boa fé e que nos relatórios juntados aos autos “não constam transcrições de diálogos do referido número como alvo”. Além disso, dizem que Teixeira foi ouvido como investigado, não como advogado.
Leia a reportagem do Conjur aqui e a defesa da força-tarefa aqui.
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