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Acompanhar a Lava Jato não tem sido fácil para ninguém. Quando a delação da Odebrecht parecia ter alterado de forma irreversível as estruturas do país (coisa que realmente fez), vem a JBS e rouba a cena – e o país – por assim dizer, comprando seu lugar ao sol, na base da propina. Mas e os políticos paranaenses, quantos foram acusados ou citados nessas delações? Resolvemos fazer uma listinha com o resumo da ópera, apesar de as planilhas estarem na “moda”.

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No Paraná, até agora, já foram citados até o momento o governador, sua vice, os três senadores, dois ex-prefeitos da capital e uma enxurrada de deputados. As situações são bem diferentes. Há desde gente presa e condenada, como é o caso de André Vargas, até gente que foi citada mas nem será investigada, como o senador Alvaro Dias. Tem também aqueles cujo nome só apareceu numa planilha, sem mais explicações. Veja a lista abaixo e pode saber: em breve ela precisará de mais atualizações.

Ah, claro: todos os citados dizem que não cometeram nenhuma irregularidade.

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Preso

André Vargas

Ex-deputado federal pelo PT e hoje sem partido, teve seu mandato cassado e está preso desde 2015. o londrinense foi condenado a 14 anos de prisão por corrupção e pagamento de propina. Neste ano, o juiz Sergio Moro o condenou a mais 4 anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro, ao não declarar o real valor que teria pagado em sua casa em Londrina.

Com pedido de prisão

Rodrigo Rocha Loures (PMDB)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entrou com um pedido de prisão preventiva de Rocha Loures. O deputado foi flagrado em uma operação da polícia federal recebendo uma mala contendo R$500 mil, entregue a mando de Joesley Batista. O ministro do STF Edson Fachin indeferiu o pedido e afastou o deputado de suas funções. Agora, um segundo pedido de prisão aguarda análise.

Com inquéritos no STF

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Gleisi Hoffmann (PT)

A senadora é alvo de dois inquéritos no STF. Em um deles, ela e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo são acusados de receberem R$1 milhão para a campanha de Gleisi ao senado em 2010. Os dois também foram citados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O outro inquérito corre sob sigilo da justiça: a senadora é suspeita de corrupção passiva.

Paulo Bernardo (PT)

Ex-ministro dos governos de Lula e Dilma Rousseff, o marido de Gleisi teria recebido vantagens indevidas e é investigado, junto com sua mulher, em uma ação que tramita no STF. Paulo Bernardo é quem teria pedido R$1 milhão para a campanha da senadora, segundo a denúncia. Além de ser réu na Operação Custo Brasil, que denunciou um esquema com o Fundo Consist, responsável por administrar empréstimos consignados de servidores. Os desvios seriam de mais de R$100 milhões e Paulo Bernardo teria recebido R$7,1 milhões em propina. Por conta dessa operação ele passou seis dias preso em São Paulo, no ano passado.

Nelson Meurer (PP)

O deputado federal é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentro do esquema de corrupção da Petrobras. Ele teria recebido valores de forma ilegal para beneficiar sua campanha de reeleição a Câmara. Segundo a PGR ele teria recebido mais de R$29 milhões, isso sem contar os R$500 mil que teriam sido repassados pela construtora Queiroz Galvão. Os dois filhos do deputado também são réus no STF. Na delação da JBS consta um valor de R$700 mil para o deputado federal.

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Delatados

Nesse setor a lista fica maior, lembrando que ser citado em uma delação (ou várias) não significa que existe uma investigação aberta contra a pessoa.

Beto Richa (PSDB)

O governador foi citado na “planilha da Odebrecht”. Segundo os delatores, Benedicto Júnior e Valter Lana, ele teria recebido mais R$3 milhões em repasses da empreiteira para suas campanhas. Os delatores também disseram que a Odebrecht “financiava” Richa desde 2008, por considerá-lo um jovem expoente dentro do PSDB. Uma possível investigação do caso compete ao STJ, instituição responsável por investigar governadores. Segundo a delação da JBS, ele teria recebido R$1 milhão por meio de seu irmão, Pepe Richa.

Osmar Dias (PDT)

O ex-senador é citado na planilha da Odebrecht liberada pelo ministro do STF Edson Fachin. Segundo o delator, Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Osmar Dias teria recebido doações ilegais para a campanha de 2010, quando concorreu ao governo do Paraná. O caso foi enviado pelo ministro Fachin à Procuradoria da República na Justiça Federal.

Zeca Dirceu (PT)

O deputado federal foi citado também em uma delação de Ayres da Cunha. Ele teria recebido – junto com o pai, José Dirceu – por meio de caixa 2, R$850 mil. O executivo da Odebrecht também disse que a empresa foi responsável por repassar R$500 mil para as campanhas de Zeca Dirceu, metade desse valor para a de 2010 e a outra para a de 2014. Da JBS constam na delação de Ricardo Saud R$47,5 mil para Zeca Dirceu.

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Dilceu Sperafico (PP)

O deputado federal é investigado na Lava Jato por supostos repasses ao seu partido vindos do esquema da Petrobras. O doleiro Aberto Youssef disse ao Ministério Público Federal que Sperafico era parte de um grupo de parlamentares que receberiam entre R$30 mil e R$150 mil por mês. Na planilha da JBS, consta um pagamento para Sperafico de R$900 mil. No STF, por conta do esquema de corrupção da Petrobras, Sperafico também respondia a um inquérito. Seu partido tinha o maior número de indiciados. Porém, ano passado, foi absolvido dos crimes de peculato e apropriação indébita.

 

Outros

Roberto Requião (PMDB)

O senador teve o nome citado em depoimento de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro. Requião, segundo Machado, se beneficiou de um acordo entre PT e PMDB que traria vantagens por meio de doações da JBS e beneficiaria o PMDB dentro do Senado. Não existe nenhuma investigação no STF sobre o suposto envolvimento de Requião.

Jorge Samek (PT)

Ex-diretor da Itaipu, foi citado também na planilha da Odebrecht, e supostamente teria recebido valores indevidos da empreiteira. Ele era dirigente da estatal desde 2003, mas foi exonerado do cargo em março deste ano, quem o sucedeu foi um indicado de Beto Richa, Luiz Fernando Vianna.

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Márcia Lopes (PT)

Ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula, foi citada na planilha da Odebrecht.

Luiz Carlos Hauly (PSDB)

Para financiar sua campanha de 2010 o deputado federal teria recebido R$50 mil reais da Odebrecht, por meio de caixa 2. Hauly já foi secretário de Beto Richa. Tinha o apelido “Decodificado” na planilha.

Abelardo Lupion

Presidente da Companhia de Habitação do Paraná. Supostamente recebeu R$250 mil da Odebrecht para as campanhas de 2010 (R$150 mil quando foi eleito deputado) e 2012 (R$100 mil para eleições municipais).

Ademar Traiano (PSDB)

O atual presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, supostamente seria conhecido com o apelido “Praia” na famosa planilha da Odebrecht e teria recebido em 2010, R$50 mil.

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Cida Borghetti (PP)

Teria recebido R$50 mil em 2010, também segundo a planilha da Odebrecht. A vice-governadora do Paraná teria o apelido de “Princesa”. Não houve abertura de inquérito, nem pelo MPF e nem pelo Judiciário.

Durval Amaral

Presidente do Tribunal de Contas do Estado, recebeu supostamente R$120 mil em 2010, no ano que foi eleito deputado estadual pelo DEM. Para a Odebrecht era “Amarelou”.

Plauto Miró (DEM)

Deputado estadual, o valor repassado a Plauto pela Odebrecht seria R$50 mil em 2010. O caso não foi transformado em investigação.

Aliel Machado (REDE)

Na planilha da JBS, entregue na delação de Ricardo Saud, o deputado federal teria recebido em 2014, R$100 mil. O deputado federal diz que o dinheiro foi repassados a ele pelo PCdoB de forma legal e que tudo foi registrado na prestação de contas da campanha.

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Luiz Nishimori (PR)

R$400 mil seria o valor destinado pela JBS ao deputado federal. O deputado nega as acusações e diz que o repasse foi legal. Não há inquérito sobre o caso.

Giacobo (PR)

Também na lista da JBS, R$250 mil teriam ido ao deputado federal para as campanhas de 2014. Giacobo afirma que o dinheiro foi repassado a ele por seu partido de forma estritamente legal. O deputado não é investigado.

Alvaro Dias (PV)

Apesar de ter sido citado na delação de Pedro Augusto Ribeiro Novis, da Odebrecht, o senador não será investigado. Para o ministro Edson Fachin e para o procurador Rodrigo Janot, não existem provas suficientes.

 

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Candidatos de Curitiba

Os três principais candidatos à eleição de prefeito de Curitiba em 2012 tiveram seus nomes anotados numa planilha da Odebrecht. Nenhum deles é investigado.

Gustavo Fruet (PDT)

Ex-prefeito de Curitiba, teria recebido R$200 mil entre 2010 e 2012, da Odebrecht segundo o delator Benedicto Junior.

Ratinho Júnior (PSD)

O atual secretário do Estado de Desenvolvimento Urbano teria recebido R$250 mil. Seu nome apareceu na planilha da Odebrecht divulgada ano passado, o dinheiro seria destinado à campanha para a prefeitura de Curitiba de 2012. O secretário também não está sendo investigado.

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Luciano Ducci (PSB)

R$500 mil seria o valor recebido pelo deputado federal , segundo a planilha da Odebrecht. Esse valor seria para financiar a campanha a prefeitura de Curitiba de 2012. Não há investigação sobre o caso.

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