Nunca na história recente do Paraná houve um movimento do tipo “não reeleja ninguém” tão forte: os deputados que toparam a bizarra ideia de entrar num ônibus do choque da PM pareciam fadados a uma aposentadoria precoce – e não no sentido de juiz que comete crime e ganha uma boquinha vitalícia.
O caso foi realmente inédito. Três dúzias de políticos recém-eleitos entrando com ajuda da polícia, cortando grades da Assembleia para desviar do povão enfurecido. Depois tentando votar medidas impopulares escondidos num restaurante – e ameaçados de levar uma surra da turba. E ainda o 29 de abril…
Quem acompanhou talvez se lembre de histórias de deputados cercados por eleitores 5e funcionários públicos no interior. Batendo boca em praça pública. O líder do governo encurralado enquanto dava entrevista numa rádio em Cornélio Procópio.
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Um deputado que foi ligeiro em mudar de lado dizia: “Esse pessoal não sabe o que está fazendo com a carreira”. E parecia mesmo que ninguém ali ia passar incólume. E sabe o quê? Hoje são todos favoritíssimos à reeleição, e alguns até pensam em sonhos mais altos.
Dos 31 deputados que votaram pela reforma da ParanáPrevidência, principal ponto do ajuste fiscal de Beto Richa (e principal motivo da revolta dos servidores), 27 são candidatos à reeleição. Outros três são candidatos a deputado federal (Pedro Lupion, Schiavinato e Felipe Francischini). E só um “se aposentou” (Scanavaca).
Evidente que um ou outro voto o pessoal perdeu. Mas a maior parte dos eleitores vota em quem “leva obras” para a região. E os prefeitos estão felizes da vida, recomendando firmemente o voto nos mesmos de sempre. Afinal, o ajuste (ou arrocho, dependendo do ponto de vista) fez sobrar dinheiro para obras.
Caso algum dos integrantes da “bancada do camburão” não se reeleja, será por outros motivos. Por incrível que pareça, se fosse “só” por aquilo, estariam todos tranquilamente reeleitos.
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