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Os petistas, junto com boa parte da esquerda, vibram com os bons números de Lula nas pesquisas de intenção de voto. O homem, como sempre, voa baixo sempre que se coloca seu nome como pré-candidato. Ganha em todos os cenários, contra qualquer candidato.

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Evidente que isso dá discurso para o PT. Começando pelo velho clichê de que o político “foi absolvido pelas urnas” (algo tão patético quanto o governante que diz não ter caixa dois porque “suas contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”). Mas há mais.

A vitória de Lula e do PT nas pesquisas permite ao partido dizer que o governo feito ao longo de 13 anos de fato trouxe resultados para a maioria da população – o que é um passo a mais na lógica da narrativa do golpe. Retirou-se do poder um governante popular meramente para instalar em seu lugar o velho governo das oligarquias.

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Tudo isso pode ser verdade. De fato, o governo Lula/Dilma foi mais inclusivo do que seus antecessores e muitas vezes mais popular do que o patético governo de Michel Temer – uma expedição grega que os troianos do PT aceitaram colocar para dentro do governo sem nem precisar do disfarce do cavalo.

Mas a candidatura Lula, apesar de tudo (e principalmente devido à chance de vitória) é um erro histórico do PT. É o carimbo de que o partido menos precisava a essa altura, em que já está quase derrotado pela história que ele mesmo construiu. O carimbo do caudilhismo bolivariano.

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Lula é um gigante eleitoral. Mas a essas alturas se transformou em um anão moral. Seu partido, não há como negar, comandou um esquema de corrupção que deveria deixar envergonhado um Ademar de Barros, um Paulo Maluf, um Aécio Neves.

Dos Correios à Petrobras, a história foi a de um longo aprofundamento da crise ética, sem que Lula mexesse uma palha para contornar o problema. Pode ter sido omisso ou beneficiado. O fato é que o governante que não atua contra roubos em seu governo é ele próprio parte do problema.

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E nem importa se você não gosta da Lava Jato, se acha que o juiz é parcial, que os promotores são exibidos, que a imprensa é isso ou aquilo. Revise os fatos na sua cabeça. Todas as empreiteiras admitindo que pagavam. A estatal inteira admitindo que recebia. Toda a estrutura do partido mergulhada na lama.

Lula candidato seria a prova de que o PT foi incapaz de criar uma única nova liderança mesmo com 13 anos de poder. Que todos os seus líderes foram impechados, presos ou não têm votos. E que só restou Lula – apesar de tudo.

Lula eleito seria colocar o Brasil num roteiro de República de Bananas. O tipo de história em que o sujeito sai do palácio presidencial para fugir da prisão e se refugia na embaixada, sabe-se lá, de Honduras, ou da Venezuela, e ninguém sabe se quem governa é Lula ou a junta que assumiu em seu lugar.

Em 2014, à beira da eleição, um comentarista dizia que eleger Dilma era instalar um governo de crise. Era evidente, mas os petistas chiaram, chamaram o sujeito de golpista (como sempre fazem contra qualquer um que critica o partido). Era a mais pura verdade.

Lula candidato é o caminho da crise. Lula presidente, a essas alturas, seria patético. Triste para o Partido dos Trabalhadores, mais triste para o país.

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