Os jornais uruguaios relatam o primeiro dia de venda de maconha nas farmácias locais como tendo filas, produto esgotado e um clima curiosamente familiar. Houve compradores de 18 a 74 anos entrevistados. Muita gente indo comprar com os filhos. Tudo com uma grande tranquilidade, aparentemente.
A venda de maconha começou nesta quarta-feira em todo o país, depois de três anos e meio de discussão. Com isso, o Uruguai se transformou no primeiro país do mundo a permitir a venda nesta modalidade, para fins recreativos, em farmácias. Os pacotes são de 5 gramas e os cadastrados podem comprar até dois por semana.
Um dos jornais registrou o momento da compra de Adriana, uma senhora de 74 anos que enfrentou a fila e que, ao final do processo, agradeceu ao farmacêutico por “se animar a vender”. E ouviu outro agradecimento de volta, por “estar na vanguarda”.
Ela emprestou uma cigarrilha de outro comprador e chegou a posar para fotos fumando seu baseado em público, sem risco de ser incomodada pela polícia. Outros preferiam a privacidade. Um músico tapou o rosto e pediu privacidade: disse que não sabia como seu público ia reagir.
Muita gente disse que era a chance de poder dividir o cigarro e a história com a família. Um senhor declarou que agora poderia compartilhar a droga com a esposa. Outra afirmou que nunca tinha contado para os filhos que fumava, mas que agora, ao chegar com os pacotinho da erva legalizada, usaria como pretexto para falar sobre o assunto.
E todos pareciam especialmente aliviados por não depender mais do tráfico para comprar a droga. Embora uma entrevistada tenha dito que se a maconha da farmácia não fosse boa, voltaria a procurar o antigo fornecedor.
Evidente que nem todos concordam com a nova política. Um jornal relata que havia gente passando pelas filas de carro, com a janela abaixada, e gritando: “Vão trabalhar!” A resposta típica, diz o texto, seria um “Uruguay nomá!”, espécie de grito de guerra nacional para incentivar a seleção de futebol. Algo como “Pra frente Uruguai!”
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