| Foto:

Uma das madrinhas da indicação de Edson Fachin ao Supremo Tribunal Federal, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) diz que hoje, tendo em vista a atuação do ministro nos casos envolvendo Lula e o seu partido, provavelmente não apoiaria a sua nomeação.

CARREGANDO :)

“Claro que ninguém espera que um ministro do STF seja aliado de um partido, isso não faria sentido. Mas esperávamos que ele se posicionasse dentro dos regramentos legais do país”, diz a senadora. Segundo ela, nos casos relativos ao PT, o ministro tem mostrado “um certo casuísmo”.

Gleisi ressalta que na época da indicação de Fachin, os três senadores paranaenses (ela, Roberto Requião e Alvaro Dias) apoiaram sua nomeação pela então presidente Dilma Rousseff. “Era importante para o estado ter essa representação”, diz.

Publicidade

Mas Gleisi foi a mais ativa em seu apoio. “Sempre tive muito respeito pelo professor Fachin, pela atuação dele nos direitos humanos, nos movimentos sociais”, afirma.

Gleisi, hoje presidente do PT, diz que provavelmente também não apoiaria, sabendo da atuação no caso do presidente Lula, a indicação de Cármen Lúcia, atual presidente do Supremo – e nomeada para o tribunal justamente pelo ex-presidente, hoje preso.

Leia mais: Sergio Moro diz que não comenta suposta preferência por Alvaro Dias

A principal reclamação dos petistas em relação à ministra é o fato de ela não botar em pauta o julgamento das chamadas ADCs, recursos que pedem que a Corte averigue a constitucionalidade de prender pessoas após condenação em segunda instância.

Cármen Lúcia preferiu botar em julgamento um recurso que tratava especificamente do caso Lula – e não os recursos que tratavam do assunto abstratamente. Lula foi derrotado por 6 a 5, e a ministra Rosa Weber deixou claro que, numa ADC, votaria contra a prisão em segunda instância, o que libertaria o ex-presidente.

Publicidade

Para Gleisi, o caminho mais curto para a libertação de Lula hoje é a discussão das ADCs. “Seguimos com outros recursos, mas esse é o caminho mais curto e mais certo”, diz ela, que espera que o futuro presidente do STF, Dias Toffoli, coloque os recursos em pauta.

Toffoli assume o STF um mês antes da eleição. O PT segue insistindo que registrará a candidatura de Lula em 15 de agosto e esperará o julgamento dos recursos. “Ele não está com os direitos políticos cassados e tem direito”, diz Gleisi, que ainda não admite falar em plano B para a Presidência.