Lá vamos nós de novo para a discussão sobre a influência do governo onde ele não deveria influenciar: Lula, o Filho do Brasil acaba de ser indicado como representante do país na disputa pelo Oscar.
Há dois temas que valem discutir: um, o filme merece? Dois, até onde foi para fazer política que a indicação saiu?
A primeira pergunta é mais fácil de responder. O filme sobre Lula é fraco. Não tem nenhuma chance de ser indicado entre os cinco finalistas do Oscar.
O próprio produtor do filme, Luiz Carlos Barreto, admitiu que o objetivo era ganhar dinheiro. O filme foi feito assim: contando uma boa história, é verdade, mas de maneira rasa, popularesca, para agradar as multidões.
Não há qualquer sofisticação intelectual no filme. É a trajetória romantizada do operário que virou presidente. Só. Quase uma novela.
É meio parecido, nisso, com outros filmes biográficos brasileiros que fizeram algum sucesso de público, como Olga e Dois Filhos de Francisco.
A segunda pergunta é mais complicada. A indicação, que normalmente era feita só pelo Ministério da Cultura, agora foi feita por mais gente. Mas a maioria tem relações com o governo.
Dos nove jurados, quatro são do Ministério da Cultura. E um é da Ancine, a agência reguladora do cinema, que é ligada ao Ministério da Cultura. Quatro outros são da Academia Brasileira de Cinema.
O fato é que, no meio de todas as denúncias de confusão de público e privado, não vai pegar bem para o governo o fato de representantes seus terem ajudado a alçar o presidente à condição de candidato ao Oscar.
No mínimo, é mais munição para a oposição.
Siga o blog no Twitter.
Inconsistências, julgamento em plenário, Tarcísio como testemunha: o que diz a defesa de Bolsonaro
Mauro Cid reforça que não foi coagido em delação e pede absolvição ao STF
Em busca da popularidade perdida, governo anuncia alíquota zero de importação para baratear alimentos
Resultado da Petrobras justifica preocupação
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS