A contratação de um jogador com dinheiro que devia ser destinado às obras da Arena para a Copa do Mundo mostra a irresponsabilidade de todos os envolvidos na construção. Nem se fale da gestão do Atlético: Mario Celso Petraglia mais uma vez mostrou que não é um gestor sério o suficiente para receber dinheiro público. Mas governo e prefeitura erraram igualmente, e justo por deixarem que um cartola de má fama gerisse milhões de reais em dinheiro do contribuinte sem tomar precauções suficientes.
Só agora, à beira da Copa do Mundo e de a obra já ter passado de R$ 226 milhões, com risco de o estádio não ficar pronto a tempo de ser usado na Copa, os emissários de Beto Richa e de Gustavo Fruet se tocaram de que seria justo exigir uma participação maior na gestão do dinheiro – majoritariamente público, já que o Atlético depositou apenas R$ 38 milhões na conta da CAP/SA.
Era óbvio que lá atrás (quando Luciano Ducci ainda era prefeito) essa medida já era necessária. Mas todos deixaram a coisa correr solta, mesmo após escândalos (como Petraglia comprar cadeiras com suspeita de superfaturamento da empresa do próprio filho) e atrasos (a coisa só andou porque Jérôme Valcke ameaçou dar um pé na bunda de Curitiba). Descaso dos gestores públicos, puro e simples.
Agora, a Folha de S.Paulo descobre R$ 1,5 milhão dados pelo Atlético ao Vitória pela compra de Leo e que deviam ter ido para a obra. Sem uma fiscalização maior, não é impossível que outros casos tenham ocorrido. E enquanto isso Petraglia, coitado, chorava pitangas dizendo que o caixa do Atlético estava a zero para que as obras ocorressem.