Em 2012, durante a campanha, havia dois alvos prioritários dos candidatos de oposição em Curitiba. Um era a Urbs. O outro, o ICI. Os dois eram acusados de serem verdadeiras “caixas-pretas” por onde supostamente escoava o nosso dinheirinho quando chegava ao cofre público. Pois bem, a oposição, com Fruet, ganhou a prefeitura. E o que mudou?
Na Urbs, Fruet levou quase um semestre para trocar a diretoria. Depois disso, fez uma auditoria que, quase um ano de mandato adentro, ainda não terminou (terminará nos quatro anos de mandato?). No discurso ultraprudente do prefeito, as irregularidades encontradas talvez não sejam irregularidades e auditoria, sabe-se lá, talvez esteja errada, talvez nem auditoria seja. Fato é que nada mudou, e se o contribuinte estivesse perdendo dinheiro para um vertedouro continuará perdendo por tempo indefinido.
Agora, onze meses depois da posse, Fruet anuncia também uma possível “solução” para o caso ICI. Criará uma secretaria para ser babá do instituto. Tudo resolvido? A secretaria, no máximo, poderá coordenar os trabalhos já contratados com o ICI. Não será assim, por exemplo, que vão ser revistos os contratos de R$ 117 milhões ao ano assinados pela gestão passada e que a nova prefeitura, num lance de gênio enxadrista que entrega seu próximo lance antes da hora, já anunciou que não pretende romper de jeito nenhum.
Prudência e caldo de galinha jamais fizeram mal a alguém. Mas demorar um ano para criar uma secretaria que no fundo muito pouco e que não tem autoridade para mexer no principal não pode ser a principal medida do oposicionista içado a prefeito. Mudança segura, afinal, implica a possibilidade de mudança. E o que se vê até agora é mais preocupação com a segurança: do ICI, inclusive.