Os homicídios são um dos maiores problemas sociais de Curitiba hoje. Só no fim de semana passado, foram 17 mortes violentas na capital e no entorno. Por ano, o número só em Curitiba chega a passar de 700, embora tenha havido uma redição nos últimos três anos. Nas periferias, fim de semana é sinônimo de cadáver fresco. Assim, não deixa de ser boa notícia a “megaoperação” que a PM, a Polícia Civil e a Guarda Municipal anunciaram nesta quinta.
De acordo com as informações oficiais, mais de 1,7 mil agentes foram enviados às ruas com a ideia de combater vários crimes, mas principalmente o de homicídios. Claro que ajuda: especialmente se a polícia conseguir prender suspeitos que estejam soltos, já que é comum que o mesmo assassino continue atuando por meses ou anos antes de sair de circulação. (E normalmente sai de circulação por ser morto em outro crime, não por ser preso, como mostrou a série Crime sem castigo.)
No entanto, uma epidemia como essa de violência não se combate com operações casuais nem com qualquer ação pontual. O novo delegado-geral da Polícia Civil, Riad Farhat, é o primeiro a dizer isso. Afirmou que os homicídios acontecem quando a polícia não está conseguindo coibir os outros crimes. E isso só se resolve com uma estrutura permanente, maior e mais eficiente.
Por isso, não deixa de ser estranha a demora do governo do estado em fazer andar o único projeto que parece que poderia fazer frente, pelo menos de maneira mais imediata, ao problema. Riad Farhat, assim que assumiu, se comprometeu com a criação de uma Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa, como há em São Paulo. Seria algo muito maior do que a delegacia que cuida do assunto hoje. O projeto foi feito, enviado pela Secretaria de Segurança à burocracia estatal e… não se ouve mais falar dele há dois meses.
A Secretaria de Governo e a Casa Civil têm de aprovar tudo antes de chegar ao governador Beto Richa. Seria um legado importante que o governador poderia deixar para a segurança no estado. Está maIs do que na hora.
