Nelson Meurer foi um dos últimos deputados paranaenses a decidir votar pela abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Até a semana anterior, o deputado dizia estar firme no seu voto contrário ao processo.
“Meu voto é definitivo. Sou contra o impeachment. Votei no Aécio para presidente em 2014, mas quem ganhou foi a Dilma. Quem não teve competência para ganhar a presidência no voto que espere até 2018. Aí sim vou estar do lado deles”, disse o deputado em entrevista.
No entanto, no domingo, quando se aproximou do microfone, Meurer votou “sim”. Dedicou o voto à família, ao município de Francisco Beltrão, ao Sudoeste do Paraná e a seus eleitores. Deu um sorrisinho para as câmeras e se afastou.
Em entrevista ao blog, cinco dias depois da votação, Meurer dá uma explicação sucinta para a sua mudança de lado. “Mudei porque achei que devia mudar.” Questionado sobre a lógica desse raciocínio disse que preferia não explicar.
Afirmou, no entanto, que o fato de seu partido, o PP, ter fechado questão pelo impeachment não foi um fator decisivo para ele. “Não foi uma questão partidária”, disse. “Pensei foi nos meus eleitores, nos vereadores, nos meus prefeitos, nas pessoas que votam em mim e que me deram seis mandatos”, disse.
Meurer disse considerar obrigação do PP estar ao lado de Michel Temer (PMDB) caso ele venha a assumir a Presidência. “É obrigação do Partido Progressista e devia ser de todos os partidos, para dar condições para que o presidente governe”, opinou.
Questionado se isso não representava um paradoxo, já que o partido votou contra a atual presidente, disse que não. “Inclusive, se a Dilma permanecer, temos que votar com ela nos projetos de interesse do país.”
Meurer disse que não foi procurado por nenhum dos dois lados e afirmou que um possível governo Temer não mudaria nada na Lava Jato, que levou à abertura de inquérito contra ele no STF. “Se o presidente pudesse parar a Lava Jato os amigos da Dilma não tinham ido presos. Falam isso para desmoralizar a Justiça”, disse.
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