Tudo o que Michel Temer faz parece ter um único objetivo: salvar sua chance de ficar na Presidência até 2018. Temer jogou pesado para chegar aonde está – hoje sabe-se pelo menos uma pequena parte do que seus esforços foram. E agora se agarra ao cargo como pode.
O discurso é sempre o da reforma do Estado. A prática é sempre a de fazer o país sangrar em nome de um plano pessoal. As reformas no Congresso só continuam tramitando porque é para isso que se aceitou colocar Temer no lugar de Dilma. Um pacto nacional, com o STF, com tudo. Para barrar a Lava Jato e seguir a pauta do grande empresariado.
Agora Temer joga nada menos do que R$ 0,41 de impostos sobre o litro de gasolina e R$ 0,22 sobre o litro de diesel. Isso, evidente, prejudica o país todo. Todo brasileiro pagará mais para sair de casa, seja de carro ou de ônibus. A inflação vai subir porque todo frete vai ficar mais pesado.
Na semana, Temer tinha eliminado parte dos ganhos dos cartórios e da horrenda burocracia brasileira com um decreto que dispensava reconhecimento de frima em certos casos. Excelente! Apareceu como o grande reformista que quer diminuir o Estado. Em seguida, enfiou a faca no nosso bucho com o aumento de impostos.
O amigo Guido Orgis lembra que isso poderia não ser assim se o país tivesse feito reformas, diminuído custos com Previdência e dado uma diminuída no tamanho do orçamento. De fato. Mas é muito mais do que isso. A corrupção do governo Temer e de seus aliados também tem muito a ver com isso.
Levantamento do jornal Valor mostra que só em duas semanas Temer liberou R$ 15,3 bilhões em emendas e programas para fazer um agradinho aos parlamentares que podem lhe custar o mandato. O imposto da gasolina? Deve arrecadar no máximo R$ 11 bilhões daqui até dezembro.
A cada vez que você encher o tanque estará ajudando Temer a “convencer” mais um deputado de que ele não é corrupto, de que não merece ser investigado.
A cada vez que for ao mercado e pagar mais pelo produto que chegou transportado por caminhão, estará ajudando a pagar a conta do mandato de Temer.
Pegando ônibus, estará pagando a emendinha do deputado que dirá, ao microfone do Congresso, votar por sua família e pela ética, pelo bem do nosso país.
Seria possível fechar o orçamento sem precisar cobrar mais de você. Mas isso poderia significar, para Temer, perder o poder que lhe resta. E se ele aceita fazer de tudo pela JBS, se aceita fazer de tudo para derrubar Dilma, aceita fazer de tudo para que votem a seu favor e lhe mantenham no Palácio até o finzinho do ano que vem.
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