Sergio Moro. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.| Foto:

Sergio Moro tem apartamento em Curitiba, mas recebe os R$ 4,3 mil de auxílio-moradia. Marcelo Bretas não só recebe como foi à Justiça para que o casal possa receber o benefício em dobro. E a Folha de S.Paulo mostrou como boa parte da cúpula do Judiciário nacional se esbalda no benefício mesmo tendo imóveis em Brasília.

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O auxílio-moradia é a exposição do Judiciário a um ridículo desnecessário. Os juízes recebem em média salários brutos perto de R$ 30 mil. E sabem melhor do que ninguém que os R$ 4,3 mil adicionais não são para moradia coisa nenhuma: são um complemento para o salário.

O ponto é que esse complemento jamais poderia ser aprovado. Porque se não é indenização por moradia, é ilegal. Faz o salário passar do teto. E é evidente que não é verba indenizatória: primeiro, porque não é necessário comprovar a necessidade; segundo, porque não se precisa comprovar o gasto; terceiro, porque muita gente recebe tendo casa onde trabalha.

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É um gato. Uma gambiarra. Um jeitinho.

Mas o Judiciário é justamente o lugar onde não se poderia burlar a legalidade dessa forma. São essas pessoas que deveriam dar o exemplo, mostrar que a lei é para todos.

Muita gente no Judiciário diz que o salário está defasado, e que foi o jeito que se encontrou. E, além do mais, quem recusaria um aumento que todo mundo está aceitando?

Ora, houve quem recusasse. E, de minha parte, eu gostaria de ver uma belíssima marcha de juízes, desembargadores, promotores e procuradores, nas principais ruas da cidade, dizendo: “Não aceitaremos. Não admitiremos nos desviar da lei.”

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Mas, aparentemente, eles preferem colocar a credibilidade de todo um poder em jogo. A credibilidade de seu trabalho. Da Lava Jato. Tudo por R$ 4,3 mil.

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