Com a divulgação da sentença que condena Lula divulgada nesta quarta-feira (12/07), voltou ao debate o caso das escutas colocadas nos telefones do ex-presidente. O juiz Sergio Moro passou várias páginas de sua decisão explicando as razões para ter divulgado os áudios das interceptações telefônicas do ex-presidente.
Em 55 tópicos do documento o juiz discorre sobre o tema. Ele afirma que a ação não foi parte de uma “guerra jurídica” contra Lula. Moro diz que não era a intenção expor a intimidade do ex-presidente. E que se assim fosse teria liberado todos os áudios que tinha em seu poder.
Também fala que mesmo os áudios que parecem “banais” tem sua “pertinência e relevância com fatos em investigação”. Para isso cita como exemplo encontros combinados perto da região de Atibaia captados pelas gravações.
Sobre a escuta no escritório Teixeira Martins e Advogados, o juiz fundamenta sua argumentação dizendo que o advogado Roberto Teixeira era investigado. O escritório era responsável pela defesa do ex-presidente. O telefone só teria sido interceptado por constar no CNPJ da LILS Palestras, de Lula.
Os responsáveis pela investigação, segundo o documento, autorizaram a escuta telefônica pensando se tratar da empresa do ex-presidente. Segundo a justificativa de Moro não foi intenção do judiciário se antecipar as manobras da defesa.
Até os celulares de membros da equipe de segurança de Lula foram interceptados. Caso do celular do primeiro-tenente Valmir Moares da Silva, que segundo a investigação cedia o aparelho para Lula utilizar.
A reclamação feita por Teori Zavascki na época da divulgação dos áudios também é citada. Mas justificada pelo juiz ao citar que mesmo após a censura o próprio Zavascki não prosseguiu com o caso. Todas as acusações feitas pela defesa de Lula são rebatidas, até mesmo as que citam o papel na mídia no caso. Moro afirma que se a mídia estava fazendo seu papel.
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