Uma estudante de pedagogia registrou um boletim de ocorrência por racismo em Curitiba na semana passada. Karen Marcolino foi chamada de “macaca” quando andava pela Praça Osório. Ajudada por pessoas que passava pelo local, manteve o agressor ali até que a polícia chegasse.
“Passei minha vida inteira sendo xingada, minha vida foi marcada pelo racismo desde a infância”, diz Karen. “As pessoas tentam dizer que isso não é nada, que passa, mas dessa vez resolvi que tinha que fazer alguma coisa.”
Karen conta que estava no intervalo do trabalho, como operadora de caixa, e decidiu andar pelo Centro. Na Osório, um senhor a abordou: “Quer banana, macaca?” Karen diz ter perguntado o que ele falou, para ter certeza. “Você é branca?”, perguntou ele. “Não é preta”, explicando que por isso ofereceu a banana.
Karen conta que pediu ajuda a pessoas na praça porque quando viu que ela não ia deixar a agressão passar o homem tentou fugir. Segundo ela, dois policiais, quando chegaram, levaram a denúncia a sério. Outros só sorriram, achando que não era nada grave.
O B.O. foi registrado no 1.º DP, no Centro. A delegacia disse que Karen será chamada nos próximos dias para depor.
O caso lembra outra história de racismo ocorrida recentemente em Curitiba. No mês passado, uma adolescente de 15 anos foi xingada e ameaçada dentro de um ônibus. O agressor, que chegou a cuspir na vítima, foi identificado e responderá a processo por racismo.
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