O ex-ministro José Dirceu (PT) acaba de ganhar o troféu de frase mais estúpida do ano. Em entrevista ao jornal El País, disse que é uma questão de tempo para que o PT “tome o poder” e que isso “é diferente de ganhar uma eleição”.
Não é preciso ser brilhante para perceber que uma tomada de poder que seja “diferente de ganhar uma eleição” é algo antidemocrático. Quando Jair Bolsonaro (PSL) fala em favor da ditadura, é antidemocrático. Quando Dirceu fala em tomada de poder, é igualmente contra a democracia.
Não é novidade que haja petistas contrários à democracia. O próprio Dirceu flertou por várias vezes com governos ditatoriais fora do Brasil. Mas sua frase, ainda mais à beira de uma eleição importante, é de uma barbaridade inaudita.
Tudo indica que o segundo turno da eleição presidencial será entre o petismo e Bolsonaro. O partido de Fernando Haddad poderia dizer que seu adversário é um truculento defensor de ditaduras e que, no poder, o PT se comportou bem, promovendo eleições e entregando o poder quando houve o impeachment.
Mas não. Dirceu mostra que o ranço antidemocrático continua existindo no partido. E pior: ninguém da cúpula petista saiu a público para desdizê-lo ou para falar que tudo será feito dentro das regras constitucionais. Como se fosse normal uma declaração dessas.
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