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Reportagem publicada hoje na Gazeta do Povo:

O cientista político Renato Perissinoto, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), afirma que não há clima no país hoje para que governantes anunciem a privatização de qualquer empresa pública, seja no âmbito nacional ou no estadual.

“Isso [o clima antiprivatização] aconteceu depois do governo Fernando Henrique Cardoso. O PSDB foi muito incompetente para usar as privatizações a seu favor”, afirma ele. Segundo o professor, embora em alguns setores, especialmente na telefonia, tenha havido avanços consideráveis, percebidos pela população, não houve aumento de simpatia pelas privatizações.

Pelo contrário. “O que pegou foi o discurso do PT de que, com a venda das empresas, o Estado perdia capacidade de estabelecer políticas de longo prazo”, diz o professor. Segundo Perissinotto, no Paraná, a tentativa de vender a Copel, no início dos anos 2000, acabou tendo o mesmo efeito.

Para o professor, isso faz com que os candidatos tenham que adequar seu discurso à vontade popular, que é contra as privatizações. “Imagina alguém propor hoje a privatização de uma Petrobras, por exemplo? Não teria a menor condição política de isso acontecer.”

No entanto, Perissinoto diz que o assunto não está morto, até porque existem muitos interesses de empresas privadas na compra de patrimônios públicos importantes. “Pense quanto valeria a compra da Copel para uma grande corporação? É um interesse grande, que sempre vai existir.”

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