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O jornalzinho do vereador é mais importante que sua segurança no ônibus

Salamuni - AR

A pressa dos vereadores em aprovar a sua verbinha de ressarcimento ficou clara nos últimos dias. Em uma semana, o projeto passou por todas as comissões necessárias, atropelando a pauta normal, recebeu parecer favorável sempre (inclusive na procuradoria jurídica) e já chega a plenário ´para aprovação. O presidente Paulo Salamuni, que chegou com discurso moralizador ao cargo, marcou inclusive sessão extraordinária para essa quinta para que tudo seja aprovado ainda neste ano. A verba bem vale um dia de folga. Por quê? Eis a pergunta de um milhão de dólares.

Fato é que Salamuni e seus secretários poderão definir livremente a quantia que será fornecida como ressarcimento a cada vereador a partir do início de 2014. Insatisfeitos com as benesses que têm gratuitamente (xerox, carro, gasolina, selos), eles querem transformar tudo isso em dinheiro, para usar livremente. E claro que o valor será suficiente para cobrir isso e muito mais. Não trocariam seis por menos de meia dúzia, muito pelo contrário.

A vereadora Professora Josete, presidente da Comissão de Economia, até tentou reduzir os riscos de gastança, prevendo que, no mínimo, o valor da verba fosse discutido em plenário. Mas isso, que daria um mínimo de transparência a uma proposta aprovada a toque de caixa, sem discussão com a sociedade, também nos foi negado. Pagaremos sem nem poder perguntar quanto é. E fiquemos calados até a próxima eleição.

A pressa pa a aprovação do projeto é a marca do primeiro ano de mandato de Salamuni. O vereador não conseguiu fazer com que a cidade cumprisse uma lei aprovada ano passado e que exige o mínimo das empresas de ônibus: que paguem alguém para que o motorista não tenha de dirigir dando troco ao mesmo tempo, olhando para trás enquanto enfrenta o trânsito da cidade. O projeto que forçaria a Urbs e os Gulin a seguir a lei (é preciso duas leis para que as empresas cumpram uma!) está na Câmara há três meses. Não passou nem pela procuradoria, não tem um parecer sequer, nem que fosse negativo.

Quando o interesse é próprio, os vereadores fazem tudo rapidamente. Quando é da população, deixa-se para quando der. Afinal, qual vereador anda de ônibus? Pague-se primeiro o jornalzinho que garantirá a reeleição. E vamos a 2014.

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