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O metrô de Curitiba não saiu hoje. A licitação foi adiada. Há décadas a cidade espera para saber se terá ou não um transporte de massa do gênero. E há décadas isso vem sendo adiado. Mas talvez a demora extra proporcionada pelo Tribunal de Contas não seja uma coisa ruim. Pelo contrário.

Na semana passada, o prefeito Gustavo Fruet anunciou que vai fazer finalmente a pesquisa de origem e destino dos curitibanos (e dos passageiros das cidades próximas). Beira o inacreditável pensar que a prefeitura esteja pensando em enterrar bilhões de reais num metrô no centro da cidade sem antes saber se isso é necessário. Ok, sabe-se que a linha sul do expresso é lotada. Isso é uma coisa. Outra coisa é saber como isso pode ser resolvido.

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Também na semana passada, saiu uma pesquisa da Volvo sobre o custo dos sistemas de transporte, mostrando que não só a instalação dos BRTs é mais barata como a manutenção do metrô é mais cara. É preciso tomar 1001 cuidados com a pesquisa, já que ela é paga pela empresa que vende ônibus para a cidade. Mas as conclusões são óbvias.

Fazer metrô só se justifica, pelo preço e pelo tipo de obra necessários, se realmente não houver outro jeito. E aparentemente há outras maneiras. Quem disse, por exemplo, que criando mais uma canaleta paralela à da República Argentina isso não se resolve a uma fração do preço? Ou, por outra: por que não pensar em ônibus menores com faixas exclusivas em outras vias ligando bairros populosos (Sítio Cercado, Pinheirinho) direto com o Centro, em maior número?

O metrô é um projeto fantástico. Mas não chega nem a dobrar a capacidade do atual sistema e custa uma fortuna. Com o dinheiro, seria possível construir bairros: ou reformar áreas sem urbanismo como tantas espalhadas pela cidade.

Sempre vimos a demora do poder público como algo ruim no caso do metrô. Todo mundo reclama, e com razão, de andar espremido no expresso. Mas talvez, pelo menos dessa vez, a lentidão de Taniguchis, Grecas, Richa, Duccis e Fruets acabe nos levando a uma solução melhor: segure-se o metrô. Pelo menos até sabermos se precisamos dele.