Depois da delação dos donos da JBS, o presidente Michel Temer se vê envolvido na maior crise de sua gestão. A queda parece questão de tempo, a renúncia já foi cogitada até pelo núcleo mais próximo do presidente, vários pedidos de impeachment já foram protocolados pela oposição. E tudo isso graças a uma gravação. A jogada não é nova, e quem diria já derrubou um governador paranaense.
Nos idos de 1971, Haroldo Leon Peres tomou posse como governador do Paraná, após ser indicado pelo regime ditatorial de 64. Depois de oito meses no cargo teve de renunciar (à contragosto) em meio à acusações de corrupção. Coincidentemente, a crise foi gerada por uma gravação.
O empreiteiro Cecílio do Rego Almeida, usando um gravador de bolso, registrou uma conversa na qual o então governador pedia um milhão de dólares em propina para liberar verba governamental para obras da C. R. Almeida no estado.
O Paraná teve seu “Joesley” há 46 anos, e o resultado foi a queda de um governador. Empreiteiras, empresários, delações premiadas e o envolvimento desses setores com políticos só parecem novidade.
Haroldo Leon Peres ensaiou voltar à vida política em 1981, ao tentar se filiar ao PMDB (mesmo partido de Temer), mas teve o pedido negado por conta das acusações de corrupção que ainda ecoavam.
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