Já que o PSC saiu do armário (em um sentido bem particular) e decidiu ser o partido da “família tradicional” brasileira, terá de arcar com o repúdio que suas ações contra os homossexuais causam, por exemplo. Como disse em post abaixo, isso significa que dificilmente o partido elegerá candidatos em eleições majoritárias. Para esse tipo de votação, como dizem os cientistas políticos, é preciso apostar no voto “catch all”: evitar polêmicas e defender teses que possam ser aceitas pela grande maioria da população. Eis o motivo das propostas vagas que dominam as eleições.
No Paraná, tudo isso traz um reflexo importante para pensar a eleição de 2014. Ratinho Jr., que é o grande nome do partido por aqui, é visto como um nome forte, que poderia inclusive tentar desbancar Beto Richa, atualmente seu patrão. Mas Ratinho é do PSC. E no ano passado, quando disputou e perdeu a prefeitura de Curitiba já começou a pagar o preço por posições polêmicas, para dizer o mínimo.
Quem acompanhou a eleição de 2012 sabe que Ratinho foi acusado em mais de um momento de homofobia. Chegou a ser perseguido por integrantes de movimentos LGBT que queriam fazer um beijaço gay em algum evento de que ele estivesse participando. Ratinho negou a homofobia e inclusive disse que um dos coordenadores de sua campanha era homossexual e militante.
Para o ano que vem, caso ele seja candidato, Ratinho terá de novo de enfrentar a polêmica. E mais forte, porque agora ele é integrante do partido que, em certa medida, assumiu a causa dos homofóbicos. Em 2012, ninguém sabia quem era Marco Feliciano. Em 2014, se todos continuarem onde estão, Ratinho teria de carregar esse peso para tentar se eleger.