A situação do caixa do Paraná é feia faz tempo. Um ano atrás, a secretária da Fazenda admitia que a dívida com fornecedores era de R$ 1,1 bilhão. Em parte, o governo do estado culpava o governo federal por não liberar empréstimos para o estado.
Desde lá, o Paraná recebeu os R$ 817 milhões do Proinveste. Ainda continua sem receber outras verbas. Mas o problema principal passou a ser a desaceleração da economia, que estaria reduzindo a arrecadação mensal e deixando o caixa com problemas.
Nesta semana, o governo deu vários sinais de que as coisas não estão melhorando. Pediu que se retirem R$ 90 milhões do orçamento da Defensoria Pública de 2015. Pediu margem de manobra de 15% do orçamento à Assembleia. E, por fim, deu o calote do terço de férias de 125 mil funcionários, deixando para pagar tudo no ano que vem.
A pergunta que não quer calar é: o que mais o governador Beto Richa PSDB) pode e tem como fazer para melhorar a situação das finanças? Ele prometia uma diminuição de secretarias na reeleição. Vai fazer? Mas e como acomodar os 17 partidos que o reelegeram?
O custeio, segundo o governo, já está no osso. Parar investimentos? Desagrada e não ajuda a crescer.
Uma das coisas que poderia ser feita é cortar o supérfluo, rever contratos, diminuir custos. Ontem, por exemplo, este blog revelou que o governo paga quase R$ 300 mil por ano para que uma empresa de aluguel de aeronaves mantenha um helicóptero em solo, sem uso.
Esse tipo de desperdício certamente não é o problema principal. Mas um cuidado maior com as contas podria evitar, por exemplo, que 125 mil pessoas fiquem sem receber aquilo a que têm direito.